sábado, 26 de fevereiro de 2011

Despedida

Depois de quase três meses sem nos falarmos, ele me convidou para almoçar no restaurante mais chinfrim da cidade. Concluí que tínhamos chegado ao fim. A infelicidade não podia ser maior, seu pai morrer justo no dia em que brigamos com veemência. 

Lá fora começou uma chuvinha fina, mas o calor seguia tostando. Assim às vésperas do Carnaval os passantes estão todos já com cara de clown ou de amante traído.

Na mesa ao lado um homem obeso atacava a comida como a um inimigo.

Que palavras conseguiríamos trocar em meio àquele burburinho de funcionários públicos que saem da repartição famintos para meia hora de self-service - pensei.

Ele ia incólume para a fila, já com o prato na mão. Encheu-o, como sempre, de batatas fritas, e seguia beliscando-as com a mão, antes mesmo de passar pela balança. Eu nunca lhe tinha notado essa deselegância.

Da última vez em que estivemos ali me impressionou uma senhora que pedira talheres e copos para dois e seguira durante toda a refeição conversando com um interlocutor invisível, do outro lado, a quem empanturrava de macarrão e coca-cola, enquanto falava com a boca cheia, devorando-lhe depois toda a comida servida. Era louca, mas não suportava o desperdício - lembro quando pronunciou, muito límpida, essa frase.

Entrei na fila também, contrariada, e, quando me aproximei do bufê, ele já estava sentado à mesa, atacando o resto de suas batatas. Uma mosca insistia em pousar-me no ombro.

Naquele dia eu não conseguiria comer.

Retornei fotografando sem pressa o cenário em que nunca mais estaria. Sentei-me ao seu lado. Ele me abriu uns olhos excessivamente espantados, não sei se por me ver sem o prato... parecia enxergar muito além disso. Tinha os lábios engordurados. Alisei-lhe os cabelos como aos de um irmãozinho querido. Retirei um guardanapo e pus-lhe na mão.

Nenhum dos dois disse palavra. Em silêncio concluímos que não havia mais nada que pudesse ser dito.

Uma garotinha feia saiu gritando do toalete, puxada pelo braço por uma mulher descabelada.

Levantei-me sem despedidas. De saída, ainda pude notar que ele havia engordado - e muito!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Carta de amor

Sílvia,

Vai anexo o comunicado do meu afastamento. Conforme orientado pelo meu advogado, eu já não respondo mais por essa entidade, uma vez que a eleição que me nomeou para a diretoria expirou em 10 de agosto de 2010. O documento que ora lhe apresento cumpre apenas uma formalidade, uma vez que a Ata não trata da saída voluntária de um associado.

Sob esse mesmo argumento, o gerente da Caixa Econômica Federal Agência Siqueira Campos autorizou a retirada do meu nome das duas contas correntes de pessoa jurídica em que assinávamos conjuntamente. Não se faz mais necessário, portanto, que nos encontremos na agência, conforme eu, equivocadamente, havia lhe proposto.

Como estou precisando de meu diploma original de graduação com urgência, a fim de fazer uma cópia autenticada para apresentar a um concurso que prestarei e cujo prazo final é sexta-feira, 25, tomei a liberdade de ir ao seu escritório nessa terça-feira, 22, às 18h30, a fim de pegar logo esse documento. Perdoe-me o inconveniente, mas não quis deixar para fazer minha inscrição na última hora. Retirei de lá esse diploma e alguns outros documentos meus, além de uma agenda pessoal e uns blocos e cadernos de anotação antigos.

Deixei em um envelope na recepção do escritório as minhas chaves, o cartão do banco e uma cópia original impressa dos documentos que vão no anexo.

Sem mais a tratar, despeço-me.

Atenciosamente,
Lucas.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Triste circo


Há um episódio dos enjoados Backyardigans chamado "Os melhores palhaços do mundo", em que três palhaços - Austin, Pablo e Uníqua - tentam, com suas palhaçadas, convencer um diretor de circo  - Taironi - a contratá-los, ouvindo sempre em resposta à sua proposição o termo palhaços como xingamento. O outro diz odiar palhaços e afirma que o seu circo jamais os terá nos seus espetáculos.

Eu, que em silente contrariedade assisto, toda vez que minha presença é solicitada, a algumas horas semanais dos bichinhos dançarinos, por vezes fechando os olhos para lhes sorver o que há de melhor, que são as paródias de clássicos de variados gêneros musicais, forçosamente, desta vez faço eco ao Taironi e confesso que também detesto palhaços. E, mais que isso: decididamente, eu detesto o circo. E os que me conhecem sabem o quanto me pesa assumir assim, rasgadamente, um preconceito. Portanto, vamos às esperadas explicações:

Detesto palhaço, malabarista, mágico e, principalmente, abomino ver animais enjaulados. "Então vai continuar solteira", retrucou um amigo querido, referindo alguma anedota infame sobre o adorável casamento.

Um outro, entusiasta de palhaços, acrescenta, reforçando a recomendação para que eu leve as crianças até a lona instalada perto de sua casa: "Pois fique tranquila que não há mais animais!".

Claro! Demorou, mas agora proibiram a exploração da dor animal: só ao humano é permitido exibir a sua miséria pelo valor de cinco reais a cabeça. Curiosamente, os de até cinco anos não pagam.

Quando criança, frequentei os circos mais pobres entre os circos pobres. Era tudo tão miserável que não dava pena; dava medo!

Depois, já adulta, achei que devia tentar superar o preconceito da infância e conduzir as minhas sobrinhas a um bom circo para apreciar o tipo de espetáculo que tanta gente ama. E lá fomos nós assistir a um show de erros e, ao final, ao diretor, conhecidíssimo ator da rede globo, desfeiteando seus funcionários deprimidos em frente a todos, crianças e adultos - e com o microfone aberto.

O circo sempre me pareceu muito, muito triste. O lugar mesmo de toda a tristeza - provavelmente ressaltada pelo contraste com a tentativa de parecer alegre para... alegrar!

Na sequência me lembro de uma telenovela exibida no horário das seis, quando eu era ainda bem menina, em cujas cenas creio jamais de ter visto um palhaço (é bem possível que não tenha assistido a um capítulo sequer), mas de cuja canção de abertura nunca me esqueci, de tanto que me tocou com sua beleza nostálgica, nas vozes que, soube depois, eram do delicioso Quarteto em Cy, cujos acordes sempre embalaram, para mim, momentos importantes.

A letra dizia assim: "Vai, vai, vai começar a brincadeira/ tem charanga tocando a noite inteira/ vem, vem, vem ver um circo de verdade/ tem, tem, tem picadeiro e qualidade". E a parte que eu achava mais bonita: "Faço versos pra um palhaço/ que na vida já foi tudo/ foi soldado, seresteiro, carpinteiro, vagabundo/ Sem juiz e sem juízo/ fez feliz a todo mundo/ Mas no fundo não sabia/ que em seu rosto coloria/ todo o encanto do sorriso/ que seu povo não sorria". Nessa época eu não sabia sequer que vivia sob uma ditadura. E nem imaginava o que fosse uma metáfora. Mas a poesia da letra e a melodia me tocavam a alma.

Depois veio um palhaço representado por Jerry Lewis e também um outro filme (pode ser que seja tudo uma coisa só, porque a memória é confusa multimídia) em que um palhaço fazia de tudo para que uma menina na platéia sorrisse.

Ela era bonita, vinha acompanhada de um adulto e usava cadeira de rodas. Nenhuma das peripécias do palhaço, que já se dirigia inequivocamente a ela, era capaz de arrancar-lhe um sorriso - jamais. Até que um dia (creio que ela frequentava cotidianamente o circo), tendo desistido já da ingrata tarefa, o palhaço, sinceramente, chora, triste com o próprio desempenho e ao mesmo tempo penalizado com a tristeza incontornável da garota. E aí então ela cai na gargalhada, gostosamente.

Há menos de uma década tive um inesquecível contato digamos... de terceiro grau... com palhaços, rs. (E esse narrarei à parte, porque tiraria a leveza que pretendo para este texto).

Mas a minha última experiência com o circo, há algumas semanas, se não mudou em nada as minhas predileções, ao menos me fez entender com simpatia aquilo que, quando criança, me dava medo, e cujos resultados nos próprios espetáculos, mais tarde, qualifiquei como sendo de péssimo gosto:

Em geral trabalhando em família (ou em famílias) e deslocando-se de uma cidade para outra e de um Estado para outro atrás de público e de algum eventual patrocínio, cada integrante das trupes dos circos mais modestos, ao contrário do que tudo no espetáculo quer nos fazer crer, não descobre em si um dom que, estando em ambiente propício, desenvolve. Muito pelo contrário: é provável mesmo que muitos já nasçam com suas "aptidões" predeterminadas pela necessidade. Precisamos de uma dançarina... A filha do homem-sapo assume a função. Um dos palhaços está doente... O antigo domador é transferido àquele cargo, automaticamente.

Existe, num circo médio, um determinado número de papéis sem os quais não é possível que exista o espetáculo. O rol, além de mágicos, palhaços, malabaristas, trapezistas e equilibristas, inclui dançarinas, ajudantes de palco, contra-regras, faxineiras, maquiadores, vendedores, bilheteiros e mestre-de-cerimônia, entre outros.

Mas, voltando ao triste  circo de Jardim Camburi... Provavelmente não escolhi uma boa noite para apresentá-lo às crianças: estavam ambas muito cansadas: excepcionalmente não tinham dormido durante o dia.

Fomos recebidos no pátio por um rapaz alto e moreno, muito bonito em seu fraque e com uma cartola tão inacreditavelmente lustosa que o espetáculo, para mim, começou (e terminou) ali.

Em seguida passamos pelo incontornável vendedor de amendoins, que recolhe as moedas com uma mão, enquanto com a outra enrola os doces em pequenos cones de papel colorido. Dono de um sotaque argentino já agonizante e mantido a duras penas, apesar de décadas de esburacadas estradas brasileiras, é ele mesmo quem adentra o palco, o espetáculo já pela metade, virado em mágico, o "incrível Michael Lee, direto dos cassinos de Las Vegas"...

para Jardim Camburi.

Ele entra acompanhado de uma senhora de meia idade com impactante maquiagem, vestida de bonita no seu maiô roxo.

Das coisas que mais me comovem, no circo, uma delas é o antissorriso que essas auxiliares exibem: falso, difícil, recrudescido pela repetição cotidiana e sem sentido de um espetáculo tão incrivelmente sem graça que elas nem mesmo lhe prestam atenção, apenas realizando os gestos mecânicos que cada ocasião já longamente decorada lhes solicita. E "dançam" como um bailarino monótono que seguisse apenas a marcação interna do ritmo, completamente insensível aos detalhes da canção e mesmo à presença paradoxalmente incômoda do público.

Num dado momento, Francisco, todo o tempo profundamente envolvido com o espetáculo, se incomodou com a surda coadjuvância da mulher e me perguntou quem era ela, se ela também era mágica ou se era uma bruxa. Para não mentir, respondi que a mim parecia uma bruxa, mas que ele não devia temer as bruxas que dançam sempre num só lugar, sem se mover.

Eu mesma reconheço minha inaptidão para acompanhar com um mínimo de interesse cenas de sumiço e reaparição de objetos e pequenos animais. Não gostaria nunca que o pobre mágico, por meio de um lance qualquer de infeliz prestidigitação, visse meu rosto indiferente em meio a tantos aplausos e belos sorrisos de crianças. De certo modo, sou o contraponto exato - e lógico - do espetáculo que me apresentam, a terrível audiência refratária. E afirmo com confiança que limpei de mim, o quanto pude, o meu preconceito, antes de me sentar com os pequenos nas primeiras cadeiras, bem em frente ao centro do picadeiro.

... Mas é que não há jeito de que não me comova a rapidez desesperada com que o belo recepcionista se travestiu de ciclista para se exibir já na primeira parte do espetáculo... E, para rir, para que exista o humor, é preciso que não se esteja comovido. Não somos capazes de gargalhar da queda do palhaço de bunda no chão se sabemos que ele sente dor de verdade. É condição básica para a existência desse tipo de riso a suspensão momentânea da solidariedade...

O que em criança me fazia querer chorar, ainda me provoca comoção, só que agora descobri que é, ao menos para mim, justamente esta a beleza do circo: aquilo que não se pode esconder, o que nenhuma maquiagem, falso sorriso ou travestimento disfarçará: a tristeza inerente ao humano, as rugas, as celulites, a dor, o sotaque, o olhar, a dança forçada, a própria necessidade de um constante pôr e tirar de máscaras...

Tendo apenas saído do picadeiro sob fortes aplausos, a "espetacular mulher de borracha" tem de lavar o rosto num segundo para, em seguida, assumir o papel de mera coadjuvante no fundo do palco para o espetáculo do engolidor de fogo.

Os palhaços fazem a iluminação para os "maravilhosos trapezistas".

O "espetacular homem voador", cujo sorriso andrógino me forneceu a melhor parte, a verdadeira magia do espetáculo, nos intervalos limpa o palco com as mãos.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Sol e Lua

- Hoje não tem lua, mãe?
- Agora não, porque é dia. De dia tem o sol.
- A lua não gosta do sol?

A aranha

-Mãe, meu pé está doendo!
-O que foi que houve?
-Uma aranha me mordeu.
-De verdade?
-De verdade.
-Hum!...
-Mãe, quem foi que mordeu a aranha?
-Deve ter sido uma formiga.
-Eu vou matar a formiga!
-Matar? Por quê?
-Pra ela não morder a minha aranha!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Desenhando

-Desenha o meu pé, mãe?
-Desenho. Pronto!
-Agora desenha a mão?
-Sim, desenho. Aí está!
-Você gosta do meu pé, mãe?
-Gosto.
-E você gosta da minha mão?
-Gosto.
-A minha mão gosta do seu cabelo!

A casa

-Esta casa é sua, mamãe?
-É nossa. Você gosta de morar aqui?
-Gosto!
-E você vai morar aqui com a mamãe até crescer?
-Vou!
-E o que é que você vai fazer quando crescer, meu bem?
-Vender a casa.
-Ahahahahahah!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

A Barbie

- Mãe, a Barbie é uma princesa?
- Não.
- E ela quer ser uma princesa?
- Não sei.
- Coitada da Barbie!
- !

Ansiedade

Eu ajeitava os cabelos em frente ao espelho, antes do inevitável, temido e desejado encontro. Francisco e o homem-aranha me olhavam abraçados, de pé sobre a privada. De repente:
- Mamãe, você está com medo?
Assustei-me ao notar que ele percebia algo de inédito na situação. Gastei longos segundos de silêncio para entender que ele me lia os gestos, a face:
- Não, meu filho, é que eu estou ansiosa pela festa.
- Ahn!... Eu fico ansioso com o lobo mau!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Das coisas duradouras III

Às vezes porém exagero e reluto debilmente em dar durabilidade ao que já nasceu finito. Só que, no caso de que me lembro agora, a infinitude resultou de uma empreitada involuntária.

Aos quinze anos, arriscando-me pela culinária mais rústica, que até hoje me atrai, eu quis reinventar o chocolate. Colhi no quintal uma cesta de cacau e, sem seguir receita (como ainda faço; daí a idéia de reinvenção), torrei, descasquei, moí e dei procedimento à fabricação do chocolate mais selvagem de que já se teve notícia: amargo no ponto certo e com um sabor inédito: sabor de semente de cacau, aquele que, acredito, tinha de ser o gosto do chocolate comercializado. A experiência resultou numa massa homogênea que, ao ser diluída no leite condensado (há leites condensados sem açúcar), revelava seu sabor deliciosamente forte, ao mesmo tempo quente e suave.

Acontece que me excedi na quantidade, e os cinco quilos de chocolate sólido, pronto para diluição, duraram quinze longos anos. Sim, isso mesmo: quinze anos numa gaveta do freezer. Lembro bem porque, quando completei vinte e dois, saí de casa para lecionar no interior, e minha mãe, com medo de perder a preciosa matéria-prima, congelou-a em meio a peixes e aves.

Sempre que retornava a casa, nos feriados, eu tentava derreter um pouco da massa para fazer bombons, mas o tempo necessário ao descongelamento era sempre maior que minha estadia na capital, e lá se ia o enorme tijolo negro (agora sem cheiro e esbranquiçado por fora) de volta para o gelo.

Mesmo numa vez em que avisei a mamãe de minha chegada, pedindo que retirasse o chocolate previamente do congelador, de nada adiantou, porque, mesmo descongelado, ele parecia ter se transformado em concreto, semelhava uma barra de duro metal. Era impossível abordá-lo com faca elétrica ou o que fosse. E também não cabia no forno de microondas.

O desejo de meus irmãos pela antiga iguaria já ia longe e ela virara uma espécie de lenda no seio da família.

Nos almoços de domingo, durante as sobremesas de sorvete ou gelatina, alguém sempre se lembrava - com nostalgia ou sarcasmo - daquele tempo, "há cinco anos" (mais adiante há dez, doze anos, faziam questão de frisar a data), quando tínhamos os deliciosos bombons amargos, recheados com uvas, morangos, amoras e pêssegos...

O irônico irmão mais velho apelidou a iguaria de capanema; deve ter lhe soado como uma palavra esquisita o suficiente para nomear a sobremesa estranhamente inabordável. Chegou mesmo a escrever o nome na etiqueta da sacola que a envolvia, em letras garrafais, e numa das sessões de descongelamento do freezer aproveitou para etiquetá-lo novamente, com o dizer: "Respeite o sagrado. Não toque o supremo e perpétuo manjar dos deuses!"

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Das coisas duradouras II

 
Vejamos um rol de coisas duradouras: manchas em roupas velhas, arranhões em móveis de madeira, a retirada do peixe da água (do ponto de vista do peixe)...

Qualquer tipo de dor...
A pedra, a perda, o perdão...

Todos os que sobreviverem a mim já são, de antemão, duradouros.

Palavras mal ditas, o caminhar da barata em nossa direção, o medo do escuro... Tudo isso se dá num tempo infinito...

A espera... A esperança, essa praga!

E a gota dágua reluzindo solitária na ponta da begônia que você regou às pressas, antes de sair correndo, como sempre, ninguém nunca sabe para onde...

Das coisas duradouras

Borboleta. Foto: Angelo Delmaschio.

Eu sempre gostei de coisas duradouras. Por exemplo, o pouso de uma borboleta. Claro que apreciar a sua duração depende da posição em que se descansou o pescoço para observá-la... Do momentâneo conforto advém a durabilidade, o de que vamos nos lembrar, aquilo a que desejaremos retornar... A propósito, a vida de uma borboleta dura uma semana.