A senhora de idade média, para o professor:
- Às vezes eu me pergunto se Deus aprova que eu vista essa roupa, que eu fique nessa posição, que eu use essa máquina.
O professor:
- Hum, tem razão. Se Ele tiver alguma formação em fisioterapia, vai preferir que a senhora passe para aquela máquina ali, que força menos o pescoço.
- Por que será que Deus planejou isso pra mim?
- Hum... Deve ter sobrado algum tempo livre, afinal Deus é um só, não é mesmo? E ele tem de deliberar sobre a condição de todos os seres humanos...
- Claro que é um só, meu filho. E o nosso destino está nas mãos dele!
- O dos etíopes também, creio.
- Lógico, desses aí também.
- A vida de Deus não deve ser nada fácil, não é? Pensar cada molécula, cada guerra, cada ser humano... E ainda a roupa da senhora...
- Ó, meu filho... Que heresia sem tamanho!
- Não, senhora. A he-re-sia veio da senhora. Isto que eu faço é uma i-ro-ni-a. É que um Deus assim como a senhora imagina teria de conhecer os tecidos mais adequados a cada situação, para incutir na sua mente a boa opção, na hora de escolher a roupa certa para vir à academia como cristã. Talvez fosse mais fácil - digo, mais justo - inspirar de uma só vez a todos os modistas e produtores de roupas esportivas, e os empresários do ramo também. Podiam produzir uma túnica de academia que agradasse ao Senhor - inconsútil. A Senhora, como boa cristã, sabe que A túnica era inconsútil? Sabe o que significa isso?
- Não, meu filho. Mas Deus não está do lado do saber. Ele está do lado dos bons de coração.
- Pois eu sempre achei que Deus emanasse sapiência... Algum tipo de sapiência, mas uma sapiência tão grande que seria incompreensível para a maioria, e que alguns acreditariam compreender. Mas, enfim... Vamos para o alongamento!