terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O ator


O ator finge que dança -
e nós acreditamos.
Simula um canto -
mas não convence.

E faz que ama, que odeia;
encena que é, que sente,
e não arranca sequer um aplauso
(há representações impossíveis).

Desesperado, o ator finge que finge,
mas extrapola toda compreensão.

Então ri, e chora...

Coitado do ator! Ninguém o entende!

Ele agora sente de verdade,
e mais uma vez não é compreendido,
porque,
para representar a verdade,
é preciso ser muito bom ator,

e,
ademais,
o público é simplório,
não está preparado para sua grande atuação.

Cuspes e palmas para o ator!

Levem-no rapidamente a um palco!

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