do pomo que a tarde madura
em torno do seu corpo e meu
exala inteira a dialética do amor
no mais ínfimo hiato entre línguas
cada pergunta absurda se oferece
a todas as respostas indecentes
obscenas senhas sutis
sussurros infinitos dos mirantes
queixos que afundam em carnes
perfumadas de outras carnes perfumadas
troncos colidem
na correnteza de corpos espasmos
fecundando a nascente de um novo rio
sons de sapos em lagos
mel das abelhas líquidos fluentes
quebrar de cascas muito finas
estertor de animais paridos
estoura a bolha do silêncio