quinta-feira, 31 de março de 2011

Nas mãos de Deus!

Michelangelo: Deus (detalhe de A criação de Adão).


Mesmo tendo avistado o meu carro, ele adentrou abruptamente a via principal, em que eu seguia, como quem corta uma nuvem. Depois seguiu surpreendentemente lento, parecendo ignorar que no outro carro seguia uma vida.

Diante do meu desespero para frear e desviar, ainda lançou um sorriso imbecil.

Parei-lhe tão próxima que as letras verdes do adesivo me arranharam os olhos: Nas mãos de Deus!

Ora, ele, se quiser, pode lhe entregar tudo. Eu, do meu lado, tenho que conduzir até o trabalho (um carro que comprei, não foi presente de nenhum Deus irresponsável, que dá veículos e carteiras nas mãos de débeis assassinos) e depois retornar a casa, onde reencontro meus filhos, que por sinal são bebês de proveta.

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