J. Quiroga veio pedalando desde o centro da cidade e me trouxe um pão integral. Em plena terça-feira recebi o meu pão, fresco e crocante, por um dia inteiro fermentado em iogurte. J. Quiroga teima em não colaborar com a destruição deste mundo. O pão era uma encomenda que fiz da sua deliciosa culinária, e comentei que não valia a pena trazer um pão, apenas, do centro a bento ferreira - que esperasse uma ampliação da demanda. Do outro lado da linha J. Quiroga não riu, mas viria de bicicleta - argumentou -, portanto não gastaria gasolina. Aliás, J. Quiroga não pretende ter um automóvel e, ao final, também não quis receber pelo pão, revolvendo assim, completamente, a relação de utilidade e a única lógica que conhecemos - a do lucro. J. Quiroga mora ao lado da gruta da onça, fuma cigarros feitos à mão e cultiva, nos muros, as mudas das delicadas avencas. Cultiva-as involuntariamente. É possível mesmo que sejam elas a lhe fazer o cultivo... A casa de J. Quiroga é habitada por crianças sérias e elfos brincalhões. Tudo é tão integral em J. Quiroga.
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