No fundo do copo de leite os fantasmas noturnos começam a se dissipar. Flap flap um último cisne patina no círculo branco, atravessa o vidro e vai de encontro ao cinzeiro, onde tomba. Seu corpo exala uma fumaça suave. São quatro e vinte e cinco. A luz da rua, bordada pelas folhas do oiti, enche a sala de sombras que só se vão ao amanhecer. Nesta mesma posição, na manhã passada, notei o bolo de barbante engastado no pé do sofá. Hoje despertei com a cigarra do apartamento, mas não vi ninguém do outro lado.
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