"Mamãe Andréééia!..."
Quando meu nome aparece no vocativo, já posso me erguer procurando por fraldas e lenços e instrumentos de precisão, rs: alguma coisa fora do comum sucedeu.
Se ouço apenas "mamãe!", em geral é um carinho que querem, segurar a minha mão para dormir, ou simplesmente constatar que estou ao alcance.
Agora, se meu nome é alocado ao final da frase, não resta dúvida (fui confirmando com a experiência): alguém fez xixi na cama, a mamadeira foi derramada, o vídeo parou de funcionar... ou seja: devo ir revestida de todas as minhas funções. Não se trata somente de surgir como mamãe, esse misto de autoridade em cafuné com compreensão normatizadora; tenho de levar comigo a babá, a faxineira e a técnica em eletrônica, que dessa vez o negócio é sério!
Como é que vão se criando esses códigos é difícil saber, mas acompanhar-lhes o desenrolar é muito divertido - e mesmo útil, no convívio com as crianças.
assim dá até vontade de ser mãe.
ResponderExcluirRs... Pois saiba que é muito bom: desde que se goste de gente e vista-se a responsabilidade de ter por perto, todo o tempo, gente criança, ou seja, gente que será, em grande medida, o que criarmos. Ainda é preciso adaptar-se à idéia de ter alguém dependendo da gente sempre e, dolorosamente, por vezes, nos mostrando um espelho que não gostaríamos de mirar. Desse modo, se você grita com eles, eles gritam com você; se você mente para eles, eles mentem para você - simples assim. Criar filhos é como mudar de casa ao mesmo tempo em que se escreve uma tese e se ingressa num novo trabalho.
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