Eu, que, você sabe, acabo de finalizar um romance praticamente com a mesma temática do de Carola Saavedra, sinto inveja. Porque o romance dela nos leva ao âmago da violência, no amor, e no entanto preserva a linguagem mais suave que se pode imaginar, porque a narradora é tão profundamente delicada na sua entrega sem fim, naquele turbilhão de prazerosa dor, que nos leva a crer que, se aquele homem que a violentou e abandonou retornasse agora, ela realmente o aceitaria de volta, como afirma que faria. Porém repito: um amor tão grande precisa mesmo de um objeto? Não, responde a trama de Flores azuis: ele transforma em objeto.
Deve ser aí que está a honestidade que você destacou. Somente quem já teve uma ponte estendida entre si e o outro (para usar as palavras dela) é que pode entender o que significa a vertigem daquela entrega sem retorno (nos dois sentidos do termo retorno). E nem é resignação, e nem é submissão, é alguma coisa de uma outra categoria, que nenhum machismo ou feminismo, qualificando, conseguiria qualificar a contento.
Deve ser aí que está a honestidade que você destacou. Somente quem já teve uma ponte estendida entre si e o outro (para usar as palavras dela) é que pode entender o que significa a vertigem daquela entrega sem retorno (nos dois sentidos do termo retorno). E nem é resignação, e nem é submissão, é alguma coisa de uma outra categoria, que nenhum machismo ou feminismo, qualificando, conseguiria qualificar a contento.
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