Goya.
A atmosfera pesou de repente, quando uma estranha força tomou o
lugar e esvaziou um dos sofás, deixando-o como uma imensa
bexiga murcha. Os arranjos de flores também
murcharam.
Virei-me um pouco mais para o lado da
mulher, de modo que os outros dois não me vissem, e concentrei o olhar
no assento e nas flores que murchavam.
A coisa toda agora se acelerava,
na medida da minha vontade.
A desconhecida, completamente entregue a tentar
compreender o que acontecia a sua volta, nada percebia na minha expressão, e eu, por minha
vez, disfarçava todo o esforço, usando, para obter o efeito desejado, somente
o olhar. Eu queria ter certeza de que era de mim que emanava toda a força.
Mamãe, apesar de tranquila, estava pálida e mantinha os lábios rispidamente
fechados, não em reprimenda a minha ação (que afinal se iniciara
involuntariamente), mas em reconhecimento à amplitude daquela energia. Somente ela
sabia que era eu a causadora de tudo.
Desviei ainda uma vez o olhar para o
outro lado da sala e concentrei-me nas cortinas que ficavam por detrás do
rapaz, com medo de atingi-lo. Os panos balançaram com força. Tive medo de que a sala
ruísse.
Iniciou-se um forte tremor de terras, que deve ter durado segundos. Quando voltei a mim, mamãe havia desaparecido.
Cara,é muita dondeirA!! vIDA lOUCA..
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