sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Árvore de Natal

Eu realmente sou uma pessoa difícil: não gosto de circo, não como frituras, não suporto enfeites de Natal...

Mas o Francisquinho pedindo que enfeitássemos o arbusto que fica ali no hall do elevador foi realmente comovente. E ele tinha razão na sua argumentação: os enfeites agora são todos de plástico (e isopor). Não se corre mais o risco de cortar as mãos nas finas lâminas (de que material?) que compunham as tais bolas na minha infância, tornando as árvores de Natal algo intocável.

Comprei os pacotinhos super-baratos, com bolinhas de isopor revestidas de linha e presentinhos miniatura, também de isopor, enrolados em papel laminado verde e vermelho, amarrados com lacinhos dourados. Mais um papai Noelzinho de plástico e umas borboletas levíssimas que eu não sabia fazerem parte desse contexto. E tenho de concordar: tudo muito bonito!

A nossa "árvore", herança do antigo morador, suicida potencial e matricida, tem os troncos meio retorcidos. Pensei: vamos ter um Natal do cerrado!

Por azar, os enfeites vieram sem o gancho de pendurar - talvez por isso o preço baixo! Tive de improvisar tudo na hora, com grampos de papel, em meio à excitação do Francisco e à compenetração assustadora da Flora, silenciosa como sempre fica em situações que demandem concentração ou que lhe tragam grande novidade. Encarnou uma decoradora, atenta às minhas dicas de que um enfeite não ficasse muito perto do outro e de que tentássemos distribui-los igualmente por todo o arbusto.

Mas o afeto pode mesmo salvar muita coisa: quando terminamos, até a Célia estava emocionada com a beleza simples daquela árvore tão desejada!

A Flora:
- Mamãe, faltou a estrelinha de Natal! Você compra uma estrelinha?
- Compro!

E o Francisco - que nem se envolveu muito com a decoração em si, basicamente rodando em torno e observando atento, os olhos brilhando enquanto buscávamos o melhor lugar para cada uma das cores:
- É a árvore de Natal mais bonita que eu já vi!

Um comentário:

  1. Que lindo! Este ano, pela primeira vez, comprei bolas de natal... e saí pendurando na sala, nos quadros, na prateleira, no vão das portas, no mensageiro do vento...

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