sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Educado

No restaurante, ao fim do almoço, Francisco anuncia, sem afetação:
- Mãe, eu quero ser um homem educado.
- Você já é muito educado, meu filho.
- Mas eu quero ser igual àquele moço ali.
(Na mesa ao lado almoçava sozinho um senhor de setenta anos, tão discreto e silencioso que eu nem mesmo o tinha percebido. Dir-se-ia a própria solitude).

3 comentários:

  1. Hum... Não sei, também vejo a solidão como falta de educação.

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  2. Fred, você que é escritor, veja como o narrador, que aparece apenas preso ali entre os parêntesis, parece buscar, com os olhos, entender o que a criança denomina "homem educado". E pode ser que a criança se referisse apenas ao modo de manusear os talheres. O narrador sequer faz um elogio à discrição, não existe o comentário dele.

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