quinta-feira, 18 de abril de 2013

Carta de amor em pedaços 9

Por fim o assusta, aqui, o uso do amor.

Meu amor, chamá-lo assim soa quase à violação, meu amor, esse termo que você resguarda para ímpares momentos de nobres propósitos e cuja intensidade somente com o tempo você verá que se dispersa pelo caminho em eventos, em coisas, em palavra, em tédio, em nada.

Como tudo, como todas as venturas (e desventuras): tudo terá o seu fim. A não ser as que nunca tiveram um início - essas coisas tristes, que findam sem iniciar.

Mas o amor não pede quase nada. Ele saqueia, retalha e reproduz em video.

Não importa o que na vida não se vive... Amores serão sempre amáveis...


2 comentários:

  1. Muito bonito. Eu discordo que é só metalinguagem. Você o que acha, Andreia? Você gosta dos comentários sobre os seus posts?

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  2. Eu acho que só metalinguagem não é, mas quem apontou esse traço notou algo interessante. Quanto aos comentários, eu penso que eles são o vício de todo blogger. Às vezes as pessoas veem coisas que eu mesma não vi, em um texto, mas é um bom sinal. Depois que um texto é tornado público, eu me sinto (e sou) leitora, como você. Assim sendo, a minha visão, a minha leitura passa a ser mais uma entre outras. Como não se trata de textos informativos, não tenho uma palavra mestra a fazer soar. As ambivalências (melhor dizendo: as ambiguidades) que não quero que permaneçam - ou seja, as que são involuntárias e cuja existência percebo -, eu elimino; a polissemia no entanto é "natural". Obrigada pela sua participação.

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