sábado, 27 de novembro de 2010

Fechamento de varandas

Se bem que... eu adoro começar frases com se bem que... É fácil, e qualquer idéia que venha depois estará bem introduzida: o que não lhe garante desenvolvimento, obviamente. Se bem que, quando retornei a vitória, depois de alguns poucos anos em brasília, me assustei com um outro tipo de comércio que tinha surgido aqui, durante a minha ausência (o fascismo do idioma nos trai a boa intenção: o comércio surgiu aqui? e foi durante a minha ausência?), e que vinha estampado em carros comerciais, gritando paradoxalmente, aos meus ouvidos: "fechamento de varandas". Não entendi de primeira. Não conseguia imaginar para que é que alguém quereria uma varanda fechada; fiquei pensando se ela seria, ainda assim, uma varanda. E tentei vislumbrar o tipo de fechamento a que se referiam: grades? paredes de alvenaria? vidro blindado? Claro, é um sinal dos tempos... Ao primeiro montinho de minério de ferro que juntei no canto da sala tive um vislumbre de entendimento. Das questões de segurança prefiro não falar, porque não consigo me situar indubitavelmente de um dos lados da trincheira, observando através do meu vidro blindado...

2 comentários:

  1. Muito bom Andréia. Também observei isso, inclusive falo sobre isso num livro que estou escrevendo, mas de modo rasteiro e bem diferente do seu, do meu jeito poetizado...rs. Vou ler mais aqui em baixo. Abraços de palavras. Mara Coradello

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  2. Salve, salve o efeito colateral do minério de ferro na economia dos vidraceiros. Paradoxos da vida moderna ...

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