sábado, 27 de novembro de 2010

Vendem-se cofres

Como assim, vendem-se cofres? Que sentido tem vender cofres (um caminhão cheio deles!) em frente ao mar, no sábado de manhã? Ora, é óbvio que tem a sua razão de ser, Andréia! Quem é você para duvidar da lógica comercial? Claro: a demanda é produzida antes do produto, que para isso também servem as indústrias. A demanda é o primeiro produto. De qualquer modo, é um estranho comércio, em todos os sentidos - a começar pelo estético. As folhas dos coqueiros parecem metálicas quando as vemos por detrás do frio aço da pilha de baús... As pessoas fazendo cooper no calçadão têm de desacelerar para desviar do caminhão... de cofres. O carrinho de coco se encolhe humilhado diante da imensidão daquele pesado marketing sem marca: é somente o caminhão de cofres. Acontece que eu mesma não conheço ninguém, absolutamente ninguém que tenha um cofre em casa - você conhece? Sem dúvida meu ciclo de relacionamentos anda um tanto encurtado e é possível que eu não tenha sequer um amigo rico, mas... há tanta gente assim disposta a comprar cofres? Realmente não consigo entender aquela enormidade de caixas cor de lata e de tantos, diferentes tamanhos, esperando jóias e dinheiros e documentos tão importantes sob o sol amarelo da praia de camburi.

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