quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Carta aberta 40

Minha querida Andrea,

Ele é o pai do André, do Pedro, da Ana,
da chácara, da lavoura inteira...

É o pai da sua epilepsia, do meu lirismo:
enfermidade e loucura,
culpa que move o mundo...

É o pai do pai e da mãe de André - e da menina a caminho.
Do ventre seco, da corda suave dos seus braços envolvendo o meu pescoço,
às três da tarde...

É o pai da prisão sufocante, progenitor de toda a revolta,
sexo e poder, phármakon, formicídio,
esporro, porrada e porretada...

Das Brot des Patriarchen.

Beijos. Muitos. O bastante, mas nunca o suficiente.
Heitor.


 

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